quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Globesidade: Açúcar engorda, adoece e mata


Por Lu Dias

Em nenhuma época da história da humanidade, o homem inflou tanto o seu corpo, como vem acontecendo nos dias de hoje, movido pelo excesso de energia calórica, cada vez mais consumida.
O que temos é uma verdadeira maratona, entre os países ricos, para ver quem consome mais calorias, trazendo, como consequência, uma série de doenças. E, para infelicidade dos países pobres, esses estão seguindo o mesmo caminho de seus primos endinheirados.
O vilão do século XXI (ao lado do sal, do sedentarismo, das gorduras etc.) é nada mais, nada menos que o “dulcíssimo” açúcar, presente em nossa vida desde os nossos mais tenros anos. O que não fazíamos por um pirulito, um chocolate, um picolé ou um bom prato de doce de leite?
Esse nosso velho conhecido, que antes parecia o mais desejável de todos os sabores (doce), está sendo crucificado por todos os segmentos ligados à saúde. Considerado não como um problema apenas médico, mas político, econômico, social e cultural.
Pelo andar da carruagem, daqui a algum tempo, em lugar dos saborosos pudins e quindins, haverá como sobremesa um cartaz: AÇÚCAR ENGORDA, ADOECE E MATA.
O açúcar começou a ser usado na Idade Média, ocasionando grandes transformações na história das civilizações. E, com certeza, a conscientização sobre os males que ele provoca, reescreverá uma nova história para a humanidade. A sua redução trará impacto em todo o mundo, pois, ele está presente em quase todos os alimentos elaborados pelo homem. Muitos paradigmas terão que mudar, transformando comportamentos, para o bem da vida.
Associações de saúde vêm alertando no sentido de que o açúcar deve receber a mesma atenção que o tabaco, pois, em qualquer que sejam as suas formas usadas, é o maior responsável pela obesidade, que assola a humanidade.
O açúcar também é responsável por inúmeras doenças degenerativas, que vão desde o ataque cardíaco ao derrame cerebral e as diabetes.
Pesquisas evidenciam que o açúcar também pode ser o responsável por alguns tipos de câncer. Dentre esses, o câncer de pâncreas e o de intestino.
Cientistas americanos de renome revelam que, assim como o cigarro está para o fumo, o refrigerante está para o açúcar, sendo que o consumo de tal bebida vem crescendo assustadoramente, em todo o planeta, tanto nos países ricos, quanto nos pobres.
As autoridades, comprometidas com a saúde humana, reconhecem que o lobby do açúcar e dos refrigerantes é fortíssimo, em todo o mundo. E, que o desafio ao enfrentá-lo é bem mais complexo do que se pode imaginar. Esperam, pelo menos, que a indústria de refrigerantes opte por uma fórmula menos nociva ao organismo humano.
A American Hear Association, representante dos cardiologistas americanos, divulgou uma tabela, onde mostra os limites possíveis para o consumo de açúcar, limites esses bem abaixo dos até então recomendados:
- as mulheres devem consumir, no máximo, 100 calorias por dia (aproximadamente 6 e ½ colheres de chá de açúcar);
- os homens podem consumir até 150 calorias (dez colheres de chá de açúcar).
A previsão, para aquele que ultrapassa tais limites, é assustadora, pois quem estiver com excesso de peso hoje e não levar a sério tal aviso, pode se ver em sérios apuros:
- em cinco anos estará obeso;
- em 5 e dez anos terá diabetes;
- entre 15 e 20 anos estará sujeito a várias doenças oriundas do diabetes, na seguinte proporção:
- 70% dos diabéticos são vitimados por ataque cardíaco ou derrame cerebral;
- até 20% morrem por falência dos rins;
- 10% desenvolvem deficiência visual grave, sendo que 2% desses, depois de 15 anos de diabetes, chegam à cegueira.
- 50% são afetados por doenças nervosas que, combinadas com problemas de circulação nas pernas, aumentam o risco de amputações.
Alguns países já estão investindo firme no controle do açúcar. Como exemplo, podemos citar a França e a Inglaterra, que passaram a proibir propagandas de refrigerantes na televisão. O México, que está banindo os refrigerantes das escolas e a Alemanha e a Bélgica, que não permitem que refrigerantes sejam vendidos nas escolas ou em suas imediações.
O nosso planeta esta cada vez mais pesado. E o Brasil não se encontra fora do pódio. Tanto é que o termo globesidade, um neologismo (Toda palavra ou expressão de criação recente. Também se considera neologismo uma nova acepção atribuída a uma palavra já existente no léxico.), nasceu para chamar a atenção para o risco da obesidade, no mundo atual.
O açúcar encontrado naturalmente nas frutas, no leite, no mel, nos legumes e temperos já e o bastante para nosso corpo, sendo desnecessário, sob o ponto de vista exclusivo do funcionamento metabólico do corpo humano, que seja ingerido de outra forma. Portanto, o açúcar em excesso é maléfico para a saúde.
Muitas causas levam a obesidade. Dentre elas podemos citar:
- o costume de comer fora;
- o crescimento das redes de fast- food;
-a invenção do forno e do microondas;
- o sedentarismo;
- a grande oferta de alimentos;
- o preço cada vez mais acessível dos alimentos;
- o aumento no tamanho das porções.
O problema tem se tornado tão sério, que uma nova infra-estrutura vem sendo criada, para atender ao batalhão de obesos, que se estende por todas as fronteiras do planeta, desde mesa de cirurgias e espaços especiais a caixões reforçados para os defuntos obesos.
O Brasil é o maior produtor e o maior exportador de açúcar no mundo e ocupa o quarto lugar entre os consumidores, sendo a Índia o país que mais consome tal produto.
Walter Willett, pesquisador da Universidade de Harvard, faz um alerta ao mundo:
“Obesidade e diabetes serão o desafio de saúde pública do século XXI.”

Fonte de pesquisa: Revista Veja/ 23 de setembro de 2009

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